5 de dezembro de 2008

(tempo)

Parto letras, ainda ontem. Meu tempo se (me) assombra. Assopro cautelosamente as lembranças, ali a revolutear meus devaneios, a fazer brotar gotas nos olhos-cansados-da-noite-mal-dormida, a desassossegar as previsibilidades desta sexta-feira à noite. É de um silêncio mais ruidoso que todos os barulhos do mundo, de uma vontade mais fluida que todos os compassos, de sombras mais nítidas que todos os contornos. Já não e ainda, quase posso apalpar com a ponta dos dedos: palavra-corpo, palavra-palavra, palavra-tão-palavra.

Um comentário:

alice disse...

palavras tão palavras que podem ser - e são - roubadas.
de um roubo admitido e tudo.