3 de novembro de 2009

O ataque das abelhas

Azar pouco é bobagem. Não bastasse o tórrido retorno do feriadão, sob sol escaldante que nenhum ar-condicionado dá conta, prestes a chegar em casa vejo incontáveis chamadas de um vizinho em meu celular. Minhas teorias conspiratórias logo imaginaram o pior: entraram no apartamento!!! Bem, foi algo muito próximo disto.

Acreditem se puder, mas minha área de serviço (ou, mais exatamente, o compartimento do gás) foi invadido, ursupado, tomado por um enxame de abelhas. Infinitas, incomensuráveis, a formar um grande cone. À sua frente, corajosas guardiãs monitoravam o terreno. Era um entra-e-sai sem fim. O vizinho alertava: as novas espécies africanas são muito agressivas. Melhor não tentar nenhuma operação caseira.

Ok, chamei os bombeiros (aliás, a título de informação, o disque-abelhas é o 193, e não o clássico 190). Com toda calma (!) fecho a porta da área e fico à espera. Quando chega o caminhão (!) a vizinhança já se aglomera na frente do edifício, pois eles trazem consigo glamourosa visita (!): repórteres da Tv Pampa acompanham os brigadianos na operação de resgate (rs). Poupo-lhes os detalhes de filmagem e entrevista. Mico do ano.

Chega a trupe toda no apartamento, constatam que o enxame é dos grandes, que já fizeram colmeia e tudo o mais. Retornam à noite para o extermínio. Posso também optar por cultivar um apiário dentro de casa, pois elas já começavam a produzir mel (!). Não, definitivamente escolho mandá-las para aquele lugar.

Nove da noite, aportam os bombeiros outra vez. Agora munidos de roupas especiais, tubos de Rodox e mil apetrechos impensáveis. Quando ele mexe o botijão de gás... o zumbido de mil abelhas simultâneas toma conta de todo o ambiente. Mesmo com aquela roupa, me dá muita pena do pobre cidadão trancafiado ali na área de serviço.

Enfim, resumo da ópera: desde a noite de ontem, convivo com um verdadeiro cemitério de abelhas. Por todos os lados, por todo o pátio, por todo o beiral; algumas morreram unidas, confesso que me comovi. Que situação, quase cômica, em pleno dia de Finados.

Pior ainda são as remanescentes, mais perdidas que cego em tiroteio (literalmente), a rondar a área sem rumo nem prumo. Deixei quietas, logo mais devem desistir e ir embora. Assim espero.