18 de junho de 2007



Uma manhã

Desse silêncio matinal ela precisava, enquanto as primeiras folhas caíam como um sussurro ao chão. O vento que acariciava os móveis, que entrava pelas frestas sem nome, que resmungava em seus ouvidos. O café queimado, justo o aroma da noite passada: ela corre, intempestivamente, atrás do açucareiro.

14 de junho de 2007

É difícil, escrevo com lágrimas nos olhos e nas mãos, o coração dilacerado e doendo. Este escrito é em branco em preto, assim mesmo, cru.

Eu acredito. Eu sempre acredito. Eu vou acreditar sempre.

O tricolor é imortal, e nunca duvidaremos dele. Essa história não vai ficar assim, cheia de desprezo e risível. Aqui no Monumental quem canta somos nós.

Eu amo esse time por me proporcionar, mais uma vez, estar numa final da América. Não pegamos barbadas, com a gente a coisa é feia mesmo.

E quem sabe? Futebol são 11 contra 11 e quatro linhas. E, neste caso, ainda faltam 90 minutos. É o choro da esperança.

8 de junho de 2007


Coração em pedaços

E, pois, estamos na finalíssima. E contra o Boca. O Imortal Tricolor superou uma a uma as pedreiras que encontrou em seu caminho, todas dignas de uma final: São Paulo, Defensor, Santos... E agora La Bombonera pela frente. Meu coração já não sabe se agüenta. O Tri da América a apenas dois jogos. O Grêmio ainda me mata - como diria Vinícius de Moraes: "Hei de morrer de amar, mais do que pude".


"Grêmio: nunca duvide dele"
O sentimento não se termina...

4 de junho de 2007

Não adianta tentar parar de pensar. O jogo de quarta-feira não sai da minha cabeça. Quando, há dois anos atrás, na árdua batalha dos emaranhados jogos da divisão-segunda, eu poderia imaginar estar hoje prestes a ver meu Imortal Tricolor na final de mais uma Libertadores da América? Que eu poderia gritar, quem sabe, "TRI-CAMPEÃO"?

Eu acredito na profecia da senhora que trabalha pro Manoel que, num momento então de total insanidade, naquela época, afirmou que o Grêmio seria Campeão do Mundo em 2007. Eu preciso acreditar, ainda que o jogo de quarta não dê certo. Se não for isso, outra coisa. O gremista é movido a esperança, suor, lágrimas e sorrisos. É imortal, é guerreiro, não há time com tamanha raça e vontade. Não precisamos de estrelas: temos um TIME. E eu amo esse time.

Cada batalha do Monumental é regida a gritos, abraços, choro. Setor A1, um pouco à direita, ali no mesmo lugar onde sempre nos postamos, já fazendo amigos nos arredores. Eu gosto do concreto da arquibancada, de pular e sentir o chão tremendo, de sentir a vibração de um desejo coletivo: vamos, Grêmio, vamos!!!

Hoje, tengo ganas de escrever. Ganhando ou não do Santos, a vontade deste escrito precisava ter seu lugar. Se passar, muito amarei o Grêmio - se não passar, há um amanhã onde o amarei muito mais. Com o Grêmio onde o Grêmio estiver. Sempre.

Sinto o cheirinho de vitória de novo, e só isso já é bom demais! "Nada mais apaga essa história / Grêmio Imortal / ..."

E que o futuro tricolor seja, afinal, repleto de reticências e infinitos.

3 de junho de 2007

Das margaridas.


É o cotidiano do mesmo, do frio, das árvores ventosas. Tem sabor de mel e cheiro de eucalipto: narrativas de praça, palas, andanças e risos abafados. É bem ali, história que passa, já minha, já ida, sussurrando um mosaico de lembranças, aquecendo com nós de pinho.

Engraçado é que sigo os nós, dos frios tramados da lã, das cordas de pular. Os nós outrora dos cabelos, depois das incertezas.

As cores mudam, o tijolo é o mesmo - e um mesmo suspiro atravessa o corpo. Hoje é mais ligeiro meu passo, mas dou por conta que são as mesmas calçadas a abrigarem meus trajetos.

Eu queria de novo, e só para mim, um jardim abarrotado de margaridas.