23 de junho de 2009

(e não é?)

TODA-VIAS


I. Foi preciso falar desde o silêncio: pacientemente, contemplo o reflexo ofuscante da tela em branco e aceito minha momentânea condição. As letras me fogem, nestes tempos. Não inspiro; aspiro.


II. Um comentário da Alice, dia desses, entrou de modo pontiagudo nesta agoniante espera: falava ela do quão perecíveis são nossos questionamentos. Quando a letra cala, quiçá algo do vivido já esteja de tal modo em movimento que é preciso contorná-lo desde outro lugar: movimentos de redimensionar, apalpar, revirar, a-versar, desencontrar.


III. É preciso haver-se com o que se perde e se amaina em nós, no intento de abrigar este descompasso. Convoca-nos a aceitar a transitoriedade, a provisoriedade, a precariedade: o caminho da escrita faz-se caminho errante, que no próprio processo faz turvar nossas ilusórias antecipações, nossos suspostos 'lá'. Vou entendendo que não há chegada, quiçá tampouco partida. Há caminho. Há revelia. Há um entre.


IV. Dos desejos: que vá embora a chuva, que venha o frio outra vez (e suas xícaras fumegantes, suas palavras-neblina, suas chegadas-aconchego, suas taças coloridas de rubi). E que o Tricolor desassossegue aqueles que já premeditam seu fracasso, fazendo reacender sua imortalidade e voltando do Mineirão com intumescidos ânimos, vivos para o grande segundo duelo no Monumental.




9 de junho de 2009

Um afago (e uma dica pro cinema da semana):

http://www.youtube.com/watch?v=pL6l2YgGx-4

"O primeiro é o que fica na história", Fabio Koff.