21 de outubro de 2007

Descentramento

"A melancolia e o estilo sofredor de ser não estão mais na moda, como acontecia entre os das gerações existencialistas e beat dos anos 40, 50 e 60. Da mesma forma, as pessoas com estilos retraído, reflexivo e sonhador não se coadunam mais com a moral vigente de exaltação do eu e do exibicionismo. A mundaneidade pós-moderna valoriza os carreiristas e oportunistas, que sabem utilizar os meios de se exibir e capturar o olhar dos outros, independente de qualquer valor. Daí a existência de certo conservadorismo político no universo pós-moderno, na medida em que a modernidade sempre foi associada à ética da ruptura e da utopia em oposição ao barateamento exibicionista.
Desta maneira, para os ferrados que não conseguem dizer "cheguei" de peito inflado, a fórmula mágica é a alquimia, para mudar a circulação dos humores. É preciso dar uma pancada química na bílis, dizem os novos especialistas da alma sofrente. Assim seria possível, acreditam aqueles, retirar as individualidades do cenário dark e inseri-los na cena colorida da representação e do espetáculo"

Joel Birman, em Mal-estar na atualidade: a psicanálise e as novas formas de subjetivação

14 de outubro de 2007


Friends and the city



De repente, outra vez, cá estamos nós: um sábado à noite, sem grana no bolso (nem na bolsa, nem na carteira...), tomando um vinho (comprado no cartão do Zaffari) e jogando conversa fora, obviamente passando por todas as fofocas do momento.


Depois, quiçá uma biriba ou um seriado engraçado no devedê, que é pra gente fingir que no dia seguinte não há que se acordar cedo (ainda que domingo!) em prol dos estudos, cada qual na sua empreitada.


Andarilhas no Porto, às vezes deportadas, às vezes partidas. Errantes no copo de ceva, na noite fallida, nos planos desconexos, nas incertezas e desejos, nos acontecimentos banais do cotidiano. Quem mais faz da segunda-feira dia universal do trago-desabafo?


Pra isso, amigas - com elas, compartilha-se o que há de mais íntimo: o que não sabemos de nós ou o que sabemos e desgostamos (pra segurar o choro ou compartir mais uma risada). E, então, seguir em frente.