11 de dezembro de 2008

I. (In)tensidades
Embriaguei-me de nós e de tudo, de intensidades disruptivas e da ventania do mundo. Faço de instantes um tempo vasto, vastidão que me toma em um rompante, como se todas as cartas aportassem de uma só vez na intimidade desejante de minha caixa de correio. Letras também vastamente esperadas, que ao adentrarem todas juntas de repente, me tomam de susto - e eu ali, despretensiosamente, a tomar um vinho e ouvir um Chopin. Nem o desejo costuma bater à porta. E quase temo destrinchar suas linhas; porque tanto de mim, contemplo-as a uma certa distância. Tento intervalar isto que exacerba, busco um reencontro nas páginas que, quiçá de tão amarelecidas, desvelam-se novas. É um tempo ao avesso. Estou, outra vez, a vislumbrar o mundo de cabeça para baixo.
II. Mínima
Há momentos em que,
de tão vida,
do poema resta
seu ensejo.

Um comentário:

IN cômoda disse...

Saudades do teu ouvir o Chopin... besote!