13 de novembro de 2008

Vento

Foi vagarosa e intensamente - que de tanto, se desvelava intransponível, inacessível, incomensurável. Fez-se (e fiz-me) corpo, com seus ruídos silenciosos e íntimos. Naquele instante, como se todo o tempo já não fosse mais que a brevidade de uma imagem, fulguração da dor e do amor que num repente me olhavam fusionados e crus e nus. E tão pulsantes, que eu os acariciava em imóvel-silêncio, quando os olhos já não alcançavam, nem as mãos desatinadas a tentar contornar o incontornável. Foi, naquele preciso momento, como se desde sempre.

Agarrei a voracidade, como se possível possui-la: queria pincelar meus dias com aquelas cores, imbuir-me de vento e sopro, porque solto e porque vivo e, ali, já tão meu.

2 comentários:

alice disse...

pulsante, espesso e quase: é assim que tuas palavras, sempre rasgantes, chegam aqui.

lindas.

Super disse...

lindas!