15 de junho de 2012



Espantos e amanheceres


As manhãs são apaziguantes de mim. Um café novo a dissipar o sono e a umidade, a luminária em um lento e sôfrego esmorecimento. Algumas linhas, algumas pausas. A cama posta, as ideias em efervescência. Apanho meu bloco, deposito rasuras e itinerâncias, ainda entorpecidas da noite. Quase um entre-ser. 


Vicente me acompanha, matutino como a mãe: cedo se apruma, trocamos afagos de toque e música. Despertamos para o dia ao passo mesmo em que, não sem espanto, apercebemo-nos outra vez desta mútua existência. Esquecimento e lembrança, escrita e vertigem: o riso é lacrimal, no pranto também há lirismo. 

Um comentário:

alice disse...

Voltei a passear por aqui e pelas letras.

Pra variar, a tua música é inspiração :)

beijo com saudade
pra ti e pro filhote.