






"Não nego a vocês que, por vezes, algumas das coisas difundidas me deixaram triste. Mas quem, como eu, lutou pela democracia e pelo direito de livre opinião arriscando a vida; quem, como eu e tantos outros que não estão mais entre nós, dedicamos toda nossa juventude ao direito de expressão, nós somos naturalmente amantes da liberdade. Por isso, não carregarei nenhum ressentimento. Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras".
É um aparente paradoxo, este hiato. Uns pedem âncora, outros silêncio. Faz-se limbo.
É preciso encontrar um lugar-entre, que me permita a luta sem o embate. É preciso saber operar o silêncio sem esmorecer o desejo. É preciso aprender, de algum jeito, a (...).
E sabem quando algo volta a ti em caráter de tamanho estranhamento que, por instantes de absoluto desnorteio, tu te perguntas: onde estou, afinal? Evanescimento de sentidos. Do que se julgava ser, crer, ter, transmitir. Tem minhas pinceladas ali. Acolá também. Tão perto que invisíveis.
Não se pode aceitar o silenciamento dos afãs e das mobilizações e das vontades - disto que faz movimento, que faz aresta, que faz viver. Mas, tampouco se pode gritar tão alto que ensurdeça a palavra.
Micropolítica ali onde a trama se pensa alheia: eis o desafio.