20 de abril de 2009


Novembro ou Um vazio em seis notas
I. Seria um dia como outro qualquer - mesmas vozes, mesmos passos, mesmo cheiro-náusea da manhã. Entretanto, fulgurava uma crônica anunciada. Fez-se pó. Fez-se tanto.
II. Na janela: beija-flores, beija-dores, beija-amores.

III. Sabia de antemão não poder lembrar deste caminho, num repente as ruas tornar-se-iam estrangeiras: haveria um tempo íntimo a entrecortar todos os alhures, de uma lentidão resignada, de uma dor sem dono, oca e pálida e insone.

IV. Some.

V. Já não; e o olhar no espelho arde, apalpa a falta como quem amassa o pão, trama o grito, acalenta os possíveis nomes de uma história que contará no futuro, quiçá um dia.

VI. Um nome.




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