À espera
I.
Havia uma cadeira para quem aprouvesse. Alguns tapetes
calados e outros quadros
dormentes.
Havia uma acidez lânguida deslizando entre as sombras da persiana;
ele olhava o relógio de cinco em cinco minutos,
para não perder a preciosidade
do ócio.
Havia uma cadeira sempre
à espera.
II.
Um olhar outro na janela:
ele olha o relógio impaciente
de reciprocidade.
III.
Agora é abismo ardente e sufocante,
senta na cadeira, quiçá seu olhar alcance maior distância:
quando desencontro,
irremediável insônia.
Fez-se ausência presente
tão viva,
tão nova,
que os quadros parecem despertando
do sono de uma vida.
Um comentário:
Penso nos ruidos da irremediável insônia...
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