26 de dezembro de 2007

Vento

As dores são como pequeninas rajadas de vento, vento surdo e inóspito. Chegam sorrateiras, vão contornando a pele; num rompante, um frio por dentro. As dores são imprevisíveis, por vezes quase de um cândido desassombro. Assim sendo, as dores têm algo de poema.

Por ora, nos encontramos em desconcerto. Em invisíveis sacudidelas meu corpo quer afastá-las: sopra, outrossim, essa brisa sombreada de vontades alhures. Longe estão, já não as alcanço.
Resvalo na leveza do vento.

E a noite me chega atafulhada de luzes fugazes, esvaziadas de palavra, ali onde meu silêncio enfim sossega por hoje.

Um comentário:

Unknown disse...

Partituras alhures.