1 de julho de 2011


Pontilhado

A voz úmida com a intempestiva rouquidão. O adorno audaz com a claridade reluzente, quase opressora. O afago acetinado com o olhar áspero. A vertigem com a embriaguez.

Tramam suaves trajetos de contorno, apalpam o riso curvilíneo e manso, dançam uma melancólica canção ao avesso. Abafam com finos toques a agudeza do grito. A voz cálida e contrita cai, sôfrega, embaralhando os nós ainda não desfeitos. Misturam-se os resquícios e os silêncios e os desatinos.

Costura de infinitos pontilhados.

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