27 de novembro de 2006
Renda
A despedida é graciosa, graça e pranto. Ouço-cheiro-sinto-aspiro-solto. Das ruas, goles quentes, mansas palavras. Outro olhar e outro passo. De certo modo, agora chego.
A chegada é ansiosa, anseia riso e toque. Me encontrar no que já nao é o mesmo, também é despedida.
Abraço o mundo, na sua estranheza. Me rendo.
Vou e venho, no compasso disso que me embala à vida.
Hoje nota é pouca. O ruído do mundo me engole. E é bom...
A despedida é graciosa, graça e pranto. Ouço-cheiro-sinto-aspiro-solto. Das ruas, goles quentes, mansas palavras. Outro olhar e outro passo. De certo modo, agora chego.
A chegada é ansiosa, anseia riso e toque. Me encontrar no que já nao é o mesmo, também é despedida.
Abraço o mundo, na sua estranheza. Me rendo.
Vou e venho, no compasso disso que me embala à vida.
Hoje nota é pouca. O ruído do mundo me engole. E é bom...
13 de novembro de 2006
1.
Quando palavra explode
algo de mim que nao sei me aparece sem pedir licença.
Invade,
a alteridade é o espelho.
Grito, sem querer,
bagunço os lençóis,
roubo disfarces,
desfaço a hipocrisia da boa vizinhaça.
Quando palavra explode,
falando cala.
Do súbito, num susto.
Melhor voltar
às máscaras.
2.
Quando pequena pensava que o mundo seria mais belo de cabeça para baixo. Assim, passava bastante tempo deitada com a cabeça pendurada, a olhar meu quarto e o corredor sob outra perspectiva. Os móveis eram mais lindos, o teto me parecia melhor assoalho, o lustre virava um vaso de flores - e eu brincava com esse mundo que só eu conhecia. O avesso sempre me pareceu mais interessante. No revés das coisas, tem mais de nós mesmos.
Quando palavra explode
algo de mim que nao sei me aparece sem pedir licença.
Invade,
a alteridade é o espelho.
Grito, sem querer,
bagunço os lençóis,
roubo disfarces,
desfaço a hipocrisia da boa vizinhaça.
Quando palavra explode,
falando cala.
Do súbito, num susto.
Melhor voltar
às máscaras.
2.
Quando pequena pensava que o mundo seria mais belo de cabeça para baixo. Assim, passava bastante tempo deitada com a cabeça pendurada, a olhar meu quarto e o corredor sob outra perspectiva. Os móveis eram mais lindos, o teto me parecia melhor assoalho, o lustre virava um vaso de flores - e eu brincava com esse mundo que só eu conhecia. O avesso sempre me pareceu mais interessante. No revés das coisas, tem mais de nós mesmos.
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